Paraná pode se tornar a principal cadeia produtiva de hidrogênio verde do País


Uma das grandes vantagens do hidrogênio é ser considerado um vetor de energia, ou seja, ele permite o armazenamento de energia para ser usada em outros setores, o que favorece a integração – Créditos: Revista o amanhã

Além do Ceará, que foca no hidrogênio verde para a exportação, o Paraná também pode se tornar um grande player na produção do combustível, entretanto, mais voltado para o mercado interno

O Paraná pode se tornar a principal cadeia de produção de hidrogênio verde do Brasil. Nesta terça-feira (11), o vice-governador, Darci Piana, recebeu a diretoria do Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), iniciador na fabricação do gás de forma experimental e que está articulando a instalação de uma rede para consolidar essa cadeia, com a participação tanto do setor produtivo, como do poder público. Por parte do governo, o vice-governador do Paraná sugeriu a inclusão da Fundação Araucária e da Copel no projeto, que também deve contar com entidades como a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Hidrogênio verde pode ser aplicado em vários setores

De acordo com Piana, é necessário propor esse diálogo com as entidades do setor de produção e com os órgãos governamentais para que a instalação dessa rede seja realizada de forma integrada.

 

O Paraná pode ganhar muito com a criação de uma cadeia produtiva de hidrogênio verde, que precisa de mão de obra adequada e muita tecnologia. Já Eduardo Garrido, diretor-superintendente do Parque Tecnológico de Itaipu, afirmou que o apoio institucional também é essencial para que o projeto de hidrogênio verde se torne realidade.

 

O PTI tem experiência neste segmento, e é bastante procurado por parceiros e empresas que pretendem avançar nessa área. Sendo assim, criou uma proposta para montar uma rede de hidrogênio verde, ideia que já está discutindo com a Fiep e agora com o governo do Paraná. Além do potencial de produção de hidrogênio utilizando energia limpa, o mercado nacional também tem uma grande capacidade de aplicação do insumo, que pode ser utilizado em refinarias, visando diminuir a emissão de CO2, na agroindústria, em siderúrgicas, e, principalmente, na fabricação de fertilizantes.

 

Segmento de hidrogênio verde pode levar 10 anos para se consolidar

Neste cenário, o estado possui um grande potencial para ser um dos líderes da cadeia produtiva, o que deve demorar pelo menos dez anos para se fortalecer. A experiência e pioneirismo da fabricação experimental do PTI também é um dos fatores, mas o Paraná também conta com uma forte rede de instituições de ciência e tecnologia, mão de obra e também ganha destaque na geração de energia limpa.

 

Outra vantagem do estado é possuir um mercado interno promissor, com a possibilidade de se tornar autossuficiente na fabricação de fertilizantes caso domine a cadeia de hidrogênio. Atualmente, grande parte do adubo que é usado pelo setor da agricultura vem de outros países como Rússia, Canadá, China, Catar e outros.

 

Início do mercado de hidrogênio no país se assemelha com início da energia eólica

De acordo com o diretor de negócios e inovação do PTI, Rodrigo Régis, o país já possui algumas fábricas para a produção de hidrogênio verde, mas elas focam na comercialização exterior e são financiadas por instituições internacionais.

 

No Paraná, a missão da rede é acelerar a evolução da cadeia industrial do combustível, estimulando o mercado interno. Segundo Régis, estamos diante de um mercado parecido ao que tivemos com a energia eólica nos anos 2000.

 

É o início de um mercado que está evoluindo e precisa de fomentos. Caso o estado seja mais rápido nesse processo, conseguirá desenvolver a cadeia industrial. Por isso é necessário construir essa estratégia para instalar no estado.


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