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A Lista de Schindler - 20 Anos


“QUEM SALVA UMA VIDA, SALVA O MUNDO INTEIRO”

Era 1993 e Steven Spielberg lançava Jurassic Park, um dos filmes que ilustrou muito bem o conceito de blockbuster, já que conseguiu levar milhares de pessoas aos cinemas para viver uma divertida aventura em um parque com dinossauros. Para muitos amantes de cinema e admiradores do diretor aquela aventura era o máximo que ele poderia oferecer naquele ano.
Porém, Spielberg chocou o mundo ao trazer no final daquele ano um filme que se tornaria um marco para o cinema. Este filme era A Lista de Schindler, uma cinebiografia sobre Oskar Schindler, um homem que salvou mais de mil pessoas do  Holocausto.
O filme completa neste ano seu vigésimo aniversário e o Por Mais Uma preparou este especial para falar um pouco mais sobre este que é um dos melhores filmes já feitos.

HISTÓRIA

Oskar Schindler (Liam Neeson) é um membro do partido nazista que sai de sua pequena cidade na Tchecoslováquia (atual República Tcheca) para  fundar uma fábrica na Cracóvia e lucrar por meio da guerra.
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No princípio, Schindler se mostra uma pessoa extremamente oportunista, armadora e sedutora. Sem preocupar com consequências, ele se envolve com o mercado negro com intenção de conseguir dinheiro para investir em uma fábrica.
Sua ideia principal era utilizar sua influência e amizades no partido nazista para conseguir vender equipamentos para os soldados alemães. Além de utilizar da situação no qual os judeus foram levados para os guetos para conseguir investimentos e funcionários.
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Ao conhecer o contabilista Itzhak Stern (Ben Kingsley), os planos de Schindler começam dar certo. Ele funda uma fábrica de panelas e Stern começa a selecionar pessoas que não teriam chances de sobrevivência nos campos, criando documentos falsos para que elas exerçam funções na fábrica. Aos poucos, Schindler acaba se sensibilizando com o sofrimento vivido pelo povo judeu.
Nesse meio tempo em que o industrial passa a proteger seus funcionários, um sádico comandante chamado Amon Goeth (Ralph Fiennes) passa a inspecionar o campo e a fábrica, ao passo que Oskar finge amizade para manter sua fábrica livre das maldades do alemão.
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Enquanto as atitudes de Schindler se tornam cada vez mais dignas, Amon é seu perfeito contraponto. O comandante não tem senso de humanidade, matando por prazer e acreditando veementemente que essa é a maior demonstração de poder que um homem pode ter.
Em um dos diálogos mais brilhantes do filme, Schindler tenta mudar o comportamento do comandante:
OSKAR SCHINDLER: ”PODER É QUANDO NÓS TEMOS TODA A JUSTIFICATIVA PARA MATAR, E NÓS NÃO FAZEMOS.”
AMON GOETH: ”VOCÊ ACHA QUE ISSO É PODER?”
OSKAR SCHINDLER: ”ISSO É O QUE O IMPERADOR DISSE. UM HOMEM ROUBA UMA COISA, ELE SE AJOELHA NO CHÃO. ELE IMPLORA POR SUA VIDA, ELE SABE QUE ELE VAI MORRER. E O IMPERADOR… PERDOA ELE. ESTE HOMEM SEM VALOR, ELE DEIXA O HOMEM IR.”
AMON GOETH: ”EU ACHO QUE VOCÊ ESTÁ BÊBADO.”
OSKAR SCHINDLER: ”ISSO É PODER, AMON. ISSO É PODER.”
Meses se passam e Schindler consegue cumprir seu objetivo inicial, faz a fortuna que o faria viver o resto da vida em sua cidade natal sem se preocupar em trabalhar. Porém, ao ver que indo embora seus mais de mil funcionários acabariam se tornando vítimas do regime nazista, decide criar uma lista com os nomes de todos os funcionários que “compraria” a liberdade.
Schindler leva todos para trabalharem em sua cidade, esperando o término da guerra com esperança que tenham a oportunidade de viver sem medo e em paz.
Com o fim da guerra, Oskar vê que será caçado por ter empregado judeus e decide fugir. Spielberg então entrega a cena que faz que este filme, mesmo depois de 20 anos de seu lançamento, seja tão brilhante.
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Nessa cena, Schindler, mesmo depois de salvar mais de 1000 pessoas, ele se arrepende de ter desperdiçado tanto dinheiro durante a vida e chora por não ter salvo mais pessoas:

TRILHA SONORA

Composta pelo premiadíssimo John Willians, que em mais uma de suas parcerias com Spielberg fatura o Oscar. Formada principalmente por temas melancólicos, a trilha casa perfeitamente com o clima do filme.
A música tema é uma das melodias mais lembradas quando se trata de trilhas sonoras. Qualquer orquestra que apresente temas de cinema  em seu repertório toca esse tema, como podemos ver abaixo, nessa apresentação da West Europa Orchestra:

FOTOGRAFIA

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A fotografia do filme se destaca pelo uso de preto e branco, além de retratar com fidelidade um campo de concentração. Há diversos momentos que a falta de cores se mostra opressora e dá o tom perfeito ao que é retratado.
A fita se inicia com um ritual Sabbath, Spielberg foca a imagem  nas velas e some pouco a pouco com as cores. O preto e branco apesar de tornar a fotografia mais bela, tem simbologia e função claras. A simbologia da falta de cores é demonstrar luto ao longo do genocídio mostrado na fita, enquanto também funciona para aliviar a sanguinolência.
Há dois momentos além do Sabbath inicial em que as cores voltam: O famoso casaco vermelho de uma menina fugindo do extermínio no gueto (momento do qual é fadado de inúmeras interpretações) e os minutos finais, quando o povo judeu livra-se finalmente do pesadelo do Holocausto.

PRÊMIOS

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Sendo uma unanimidade de critica na época, o filme conseguiu arrancar merecidas setes estatuetas da Academia, além de ter ganho mais de 70 prêmios ao redor do mundo. Abaixo temos uma lista com as principais premiações recebidas:
Oscar
  • Melhor Filme (Steven Spielberg), (Gerald R. Molen) e (Branko Lustig)
  • Melhor Diretor (Steven Spielberg)
  • Melhor Roteiro Adaptado (Steven Zaillian)
  • Melhor Fotografia (Janusz Kamiński)
  • Melhor Direção de Arte (Ewa Braun) e (Allan Starski)
  • Melhor Edição (Michael Kahn)
  • Melhor Trilha Sonora Original (John Williams)
Globo de Ouro
  •  Melhor Filme – Drama
  •  Melhor Diretor – Steven Spielberg
  •  Melhor Roteiro – Steven Zaillian
BAFTA
  • Melhor Filme
  • Prêmio David Lean de Melhor Direção – Steven Spielberg
  • Melhor Roteiro Adaptado – Steven Zaillian
  • Melhor Ator Coadjuvante – Ralph Fiennes
  • Melhor Fotografia – Janusz Kamiński
  • Melhor Edição – Michael Kahn
  • Melhor Trilha Sonora – John Williams

TRAILER

 FICHA TÉCNICA

Título: A Lista de Schindler
Lançamento: 31 de dezembro de 1993 (No Brasil) (3h 15min)
Dirigido por: Steven Spielberg
Com: Liam Neeson, Ben Kingsley, Ralph Fiennes
Gênero: Histórico , Drama , Guerra , Biografia
Nacionalidade: EUA
Sinopse: A inusitada história de Oskar Schindler (Liam Neeson), um sujeito oportunista, sedutor, “armador”, simpático, comerciante no mercado negro, mas, acima de tudo, um homem que se relacionava muito bem com o regime nazista, tanto que era membro do próprio Partido Nazista (o que não o impediu de ser preso algumas vezes, mas sempre o libertavam rapidamente, em razão dos seus contatos). No entanto, apesar dos seus defeitos, ele amava o ser humano e assim fez o impossível, a ponto de perder a sua fortuna mas conseguir salvar mais de mil judeus dos campos de concentração.
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