A Verdade Sobre Chris McCandless, “Na Natureza Selvagem”
A Verdade Sobre Chris McCandless, Do Filme “Na Natureza Selvagem”
Quem nunca sonhou em jogar tudo pro alto e ir atrás do que se acredita? Quem já se pegou preso na rotina compulsiva do dia-a-dia, e já se questionou se as modernidades não atrapalham mais do que ajudam? Chris McCandless, famoso personagem do filme “Na Natureza Selvagem” (Into the Wild) fez o que muitos sonham e outros criticam. Ele largou tudo que tinha: seu diploma, seu carro, sua família e até sua conta bancária. Foi com uma mala em busca do grande sonho de se chegar ao Alaska. Conheça a pessoa por trás do filme de Sean Penn.
Chris era um típico americano de classe-média alta, recém-formado e com problemas de relacionamento com os pais. Deixou tudo e saiu numa Odisseia solitária em busca do gélido Alaska, distante da civilização. O sucesso acadêmico de Chris apenas aguçou o vazio que ele percebia no materialismo da sociedade. Tendo realizado seu grande sonho, Alex Supertramp (como nomeou a si mesmo na viagem) viveu no Alaska por 113 dias, e acabou morrendo de inanição em Agosto de 1992, aos 24 anos.
O corpo do aventureiro foi encontrado 19 dias após sua morte, por caçadores de alce da região. Ele morreu dentro de um ônibus enferrujado, onde havia uma placa informando aos visitantes da fraqueza e desespero de Chris:
Alguns o veem como um herói, pelo seu rompimento com o conformismo e o tradicional meio de vida da nossa sociedade, e outros o veem como um irresponsável que acabou colhendo o que plantou. No filme, Chris acaba se envenenando ao confundir dois tipos de plantas similares.
“EXTREMELY WEAK. FAULT OF POT[ATO] SEED. MUCH TROUBLE JUST TO STAND UP. STARVING. GREAT JEOPARDY,” escreveu o aventureiro, alertando que estava muito fraco devido à semente comida.
Chris morreu há mais de 22 anos e ainda intriga muitas pessoas pelo mundo. Ele buscava o autêntico e queria experimentar a natureza da vida, sem as agruras do sistema. Sem experiência com a vida selvagem, muitos consideram Chris um arrogante deprimido e mentalmente desequilibrado. Ele ficou famoso pela frase (encurtada, mas de mesmo significado): Happiness is only real when shared, tendo percebido que a felicidade só é real quando compartilhada. Seria essa a maior lição do solitário Chris?
Nascido em 1968, em El Segundo, próximo a Los Angeles, e tendo passado grande parte da vida em Virginia, Chris era considerado extremamente ativo na infância. Seu pai trabalhara na NASA e sua mãe passou de secretária a proprietária de uma empresa com o marido. Na infância, Chris chegou a ser capitão do time de cross-country. Graduado em história e antropologia, ele entrou em contato com Leo Tolstoi e Henry David Thoreau, que influenciaram seu movimento de contemplação solitária.
Ao terminar a faculdade, Chris doou seus 24 mil dólares às instituições de caridade e sumiu do mapa, sem avisar a família. Ele não se conformava com os valores tradicionais da sociedade: abandonou seu carro, queimou as ultimas notas que trazia com ele (cerca de 120 dólares), e partiu para o Alaska. Algumas caronas depois, e muitas historias na bagagem, ele finalmente chegou. Por onde passava, Chris mexia com a vida das pessoas e passava por bons e maus momentos. Ele demorou 2 anos pra chegar a Fairbanks, Alaska, e carregava um saco de arroz e um equipamento inadequado para o que ele pretendia. Sua determinação não deixava nada dissuadi-lo e ele partiu numa quinta feira do mês de abril, sem se importar com a hora ou com rastros que não deixara.
Os 113 dias registrados em seu diário vão do eufórico ao horrendo, dependendo da sorte de McCandless. Até hoje, não sabemos se ele morreu por inanição ou envenenamento por ingerir sementes equivocadas. Chris haveria ingerido Hedysarum alpinum, em cuja semente se encontra um alcaloide que interfere no metabolismo da glicose no organismo. Pesquisas recentes contrariam essa teoria, pelos testes feitos no acampamento de Chris. Hedysarum boreale mackenzii, uma ervilha de cheiro semelhante à batata selvagem e conhecida por ser venenosa, seria a grande responsável pela morte. Outra possibilidade seria o mofo que poderia ter contribuído para a toxicidade das sementes de batata selvagem.
Chris, já no final da vida escreve: “Tive uma vida feliz, e agradeço ao Senhor. Adeus e que Deus abençoe a todos”. O jornalista Jon Krakuer decidiu escrever o livro que virou filme por se identificar com a historia de Chris. Ele também era teimoso, desapontou os pais e não suportava as características de autoridade existentes.
Confira uma matéria com opções de legendas em português:
Alguns moradores do Alaska tem uma opinião bastante negativa de McCandless e dos que o transformaram em um herói. Eles chamam de “fenômeno McCandless”, o fato de jovens irem desafiar o implacável cenário selvagem do Alaska, e alegam que Chris não era corajoso, e sim estúpido. Com preparo e um mapa, a morte dele poderia ter sido evitada, segundo guardas-florestais da região. Muitos consideram sua atitude de abandonar tudo, sem falar com a família, um egoísmo superficial, beirando o suicídio. O fato é que viver na floresta, da terra, subsistindo da caça e dos alimentos que se encontra, é algo inimaginavelmente difícil. E McCandless quase logrou, gerando admiração de muitos. Viajante inexperiente e orgulhoso, mas de coragem inabalável, o “Supertramp” viveu aventuras e não adiou nada pro futuro. Um ato de liberdade, em uma sociedade que reduz o individuo a um CPF? E você, o que acha de Chris McCandless? Um tolo irresponsável ou um bravo que lutou contra o conformismo? Ele se arrependeu no final? Qual a maior lição dessa história?
Confira o trailer do filme, com legendas em português:
E pra quem já assistiu inúmeras vezes, ouça a saudosa trilha sonora de Eddie Vedder:
Para mais informações sobre Chris, clique aqui. E caso queira saber mais sobre o mistério de sua morte, cliqueaqui.
mt bom o texto se fossem um trabalho era 10
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