Após interromper fabricação de veículos e fechar fábricas no Brasil, Ford entra no mercado de chips para aumentar disputa e acabar com crise de produção no mercado automotivo
Chefão da
Ford diz que iniciativa representa “apenas o início” do negócio e faz parte do
plano de estratégia de abastecimento da empresa para acabar com crise de
produção.
Após interromper fabricação de veículos e fechar fábricas no
Brasil, nos últimos meses, a Ford teve que reduzir significativamente sua
produção gerando perdas econômicas milionárias,devido à escassez de chips de
semicondutores que geraram uma crise que afetou inúmeras empresas de diferentes
setores do campo tecnológico.
Para resolver esse problema, a Ford Motors anunciou um
acordo estratégico com a GlobalFoundries (GF), empresa dedicada ao design e
produção de semicondutores. Desta forma, espera-se garantir o fornecimento de
chips apresentando a oportunidade de projetar chips exclusivos para a
montadora.
O presidente e CEO da Ford, Jim Farley, disse em comunicado
que o acordo de fornecimento com a GF, com sede em Nova York, representa
“apenas o início” do negócio e faz parte do plano da empresa de “integrar
verticalmente as principais tecnologias e capacidades” embora tal anúncio não
revele detalhes financeiros ou a data em que a GlobalFoundries começaria a
fornecer chips de semicondutores para a montadora. Esses chips seriam usados
para assistência avançada ao motorista, gerenciamento de baterias e sistemas de
rede.
“É fundamental que criemos novas formas de trabalhar com
fornecedores que dão à Ford e aos Estados Unidos maior independência para
produzir tecnologias e recursos que nossos clientes mais valorizarão no
futuro”, disse Farley no comunicado. Ambas as empresas alegaram que tal acordo
permitirá à GF “criar uma oferta aumentada de semicondutores para a atual gama
de veículos da Ford” bem como a possibilidade de “pesquisa e desenvolvimento
conjunto” para responder à demanda por chips para o setor automotivo.
A
escassez não afetou apenas a Ford
Longe de ser um problema de uma única empresa, a escassez de
chips tem gerado consequências em inúmeras empresas e tem feito com que
diferentes setores tomem medidas sobre o assunto. Na mesma linha, até agora
este ano, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou medidas para aumentar a
produção de chips de semicondutores naquele país.
De acordo com um relatório publicado em setembro pela
consultoria AlixPartners, a escassez de chips agravados pela pandemia custará
ao setor automotivo cerca de 210.000 milhões de dólares globalmente e fará com
que 7,7 milhões de veículos sejam produzidos menos do que o esperado. Diante
desse panorama, a necessidade de componentes torna-se cada vez mais urgente e
as medidas tomadas são uma solução viável, mas a recuperação do setor será
lenta, o que segundo a empresa, não será visto pelo menos até o segundo
trimestre do ano seguinte e “provavelmente se estende um pouco mais”.
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