Calhas espelhadas podem abastecer clínicas isoladas
Cerca de 1,4 bilhão de pessoas não tem nenhum acesso à eletricidade, e para muitas outras, o acesso é extremamente precário. Além disso, cerca de 30 mil clínicas e 60 mil escolas em todo o mundo funcionam sem eletricidade.
Uma empresa start-up sem fins lucrativos, a Solar Turbine Group ou STG International, dirigida pelo engenheiro do MIT Matthew Orosz e seus colegas, criou uma alternativa: um gerador solar movido a energia térmica. É um sistema que usa calhas parabólicas espelhadas (foto) para captar a luz solar e concentrá-la nas tubulações no centro das calhas. O líquido que corre através delas é então aquecido a 160 graus Celsius.
O líquido aquecido é bombeado para uma câmara, onde se expande e alimenta um gerador que produz eletricidade. Também pode ser usado para aquecer água, dispensando o uso de um aquecedor elétrico. Depois que o calor se esgota, o líquido resfriado se condensa e segue para as tubulações na calha, onde é aquecido novamente.
O princípio que rege esse sistema foi descoberto no século 19, mas só recentemente os engenheiros pensaram em usar a luz solar para acionar um gerador.
A novidade está sendo testada em Lesoto, um país sul-africano onde o acesso à água quente é restrito e os invernos podem ser bastante rigorosos. Sem água quente, os profissionais de saúde lavam as mãos com menos frequência.
Matthew Orosz, um dos fundadores da STG, explicou que a ideia do sistema surgiu quando trabalhou como voluntário dos Corpos de Paz em Lesoto, onde a empresa pretende instalar cinco sistemas completos para testes de campo em clínicas médicas remotas. Segundo Orosz, será uma boa alternativa para clínicas distantes demais das cidades, sem acesso a eletricidade ou sem luz solar suficiente para alimentar painéis solares.
A pesquisa será publicada no periódico ASME Journal of Engineering for Gas Turbines and Power.
Foto: STG International
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