Imagem: O pedaço de metal com a bandeira americana, parte de um rover da NASA que está em Marte, é feito de alumínio recuperado das torres do World Trade Center. Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade de Cornell.
Terça, 20 de setembro de 2011
Por Ian O'Neill
Em memória dos que morreram nos atentados de 11 de setembro de 2011, dois rovers de Marte incorporam tributos silenciosos às vítimas.
Embora o fato de que o Spirit e o Opportunity contêm uma peça em alumínio das torres do WTC só tenha sido divulgado em 2004 – pouco depois de os dois jipinhos iniciarem suas missões épicas no solo marciano – a NASA assegura que seu legado permanece, 10 anos após aquele dia trágico. E mais, os tributos robóticos poderiam sobreviver durante milhões de anos no ambiente marciano.
A história começou em uma empresa chamada Honeybee Robotics, com sede em Manhattan, que recebeu a tarefa de fabricar as brocas perfuradoras dos rovers. Com elas, os veículos da NASA foram capazes de triturar as camadas superficiais das rochas de Marte para analisar sua composição.
A empresa tentou concluir a encomenda antes da janela de lançamento do Spirit e do Opportunity, em 2003, mas o trabalho foi subitamente interrompido às 8:46 da manhã de 11 de setembro de 2011, quando o Voo 11 da American Airlines colidiu contra a Torre Norte, a pouca distância sede da Honeybee. Dezessete minutos depois, o Voo 175 da United Airlines chocou-se contra a Torre Sul.
O impacto dos ataques do 11/9 às Torres Gêmeas ao Pentágono e a queda do Voo 93 na Pensilvânia reverberou em todo o mundo e mudou o curso da História.
Nas semanas posteriores aos ataques, Steve Kondos, engenheiro da Honeybee Robotics, sugeriu que as torres gêmeas poderiam se tornar memoriais interplanetários em memória das vítimas. Semanas depois, após conversas com a prefeitura de Nova York, a empresa conseguiu um pedaço de alumínio retirado dos escombros dos edifícios.
O material foi transformado nos anteparos de proteção para os instrumentos de abrasão dos rovers, com a bandeira americana gravada nas laterais (foto).
"É gratificante saber que um pedaço do World Trade Center está lá em cima, em Marte. Para mim, isso contrapõem a natureza destrutiva dos atacantes à inventividade e atitude esperançosa dos americanos”, declarou Stephen Gorevan, fundador e presidente da Honeybee, e membro da equipe científica que desenvolveu os rovers da NASA.
Embora a missão do Spirit tenha chegado ao fim, o Opportunity continua a explorar o solo marciano e recentemente chegou à grande CrateraEndeavour.
Independentemente da última morada do Opportunity, Marte terá dois memoriais que representam os eventos do 11/9. E devido ao ambiente seco e frio, os anteparos devem continuar preservados no Planeta Vermelho durante milhões de anos.
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