Por Tim Wall
Dizem que gato preto dá azar, mas e quanto a um gato que brilha no escuro?
Pesquisadores da organização norte-americana Mayo Clinic criaram felinos fosforescentes para ajudar a combater a AIDS em gatos e humanos. Os gatos foram geneticamente modificados para portar uma proteína que os defende do vírus da imunodeficiência felina (FIV, na sigla em inglês), o HIV dos gatos.
Pesquisadores da organização norte-americana Mayo Clinic criaram felinos fosforescentes para ajudar a combater a AIDS em gatos e humanos. Os gatos foram geneticamente modificados para portar uma proteína que os defende do vírus da imunodeficiência felina (FIV, na sigla em inglês), o HIV dos gatos.
Os gatos brilham devido a um gene de água-viva, que foi inserido com o gene resistente ao FIV. Se o bichano geneticamente modificado apresentasse o arrepiante fulgor esverdeado, os pesquisadores saberiam que ele também é resistente ao vírus.
"A grande vantagem dessa pesquisa biomédica é que ela beneficia tanto a saúde dos felinos como a a humana”, enfatiza Eric Poeschla, biolólogo molecular da Mayo Clinic e principal autor do estudo publicado no periódico Nature Methods. "O método pode ajudar tanto gatos como pessoas”, afirmou Poeschla em um comunicado à imprensa.
Originalmente, o gene que protege os gatos do FIV está presente em uma espécie de macaco, o rhesus. Mas como o cruzamento entre um macaco e um gato é impossível (e ainda mais bizarro que um gato que brilha), os cientistas tiveram que recorrer à engenharia genética para inserir fragmentos genéticos do rhesus nos felinos.
Eles utilizaram uma técnica chamada transgênese lentiviral direcionada aos gametas, que inseriu o gene nos óvulos dos felinos antes da fertilização com esperma.
Os filhotes resultantes produziram a proteína do macaco, um fator de restrição conhecido como TRIMCyp, assim como a substância química que brilha no escuro das águas vivas, conhecida como proteína fluorescente verde.
A primeira geração de gatinhos não só nasceu com luminescente e resistente ao FIV, como transferiu os novos genes para a próxima geração. As bolinhas de pelo fosforescentes são fortes e saudáveis, relatam os cientistas da Mayo Clinic.
Embora esta técnica não seja um tratamento direto para o FIV, HIV ou AIDS, ela ajudará os cientistas a entender como essas proteínas específicas, denominadas “fatores de restrição”, podem ser usadas na terapia genética. Como o FIV é semelhante ao HIV, os gatos luminescentes podem aprimorar os tratamentos para ambas as doenças.
Mesmo que um gato que brilha no escuro pareça genial, não espere ver felinos fosforescentes em alguma petshop. Animais geneticamente modificados despertam muita polêmica, e os pequisadores da Mayo criaram esses gatos apenas para ajudar na luta contra a AIDS, e não como incríveis acessórios para uma festa de Halloween.
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