Céticos pagam 1 milhão a médiuns que comprovarem seus poderes paranormais

Escépticos lanzan un desafío psíquico de un millón de dólares
Foto: iStockphoto/Thinsktock.
Uma organização sem fins lucrativos chamada The James Randi Educational Foundation (JREF) anunciou publicamente que está oferecendo um milhão de dólares a médiuns famosos, como James Van Praagh, Allison DuBois, Sylvia Browne, Carla Baron e John Eward, entre outros, se estes puderem comprovar suas habilidades em experiências supervisionadas.
“James Van Praagh e Allison DuBois transformaram a técnica de rua de ‘leitura fria’ em uma indústria multimilionária, faturando sobre os temores e arrependimentos mais profundos das pessoas”, afirmou James Randi, fundador da JERF, mágico e cético notório.
O Diretor do Desafio do Milhão da JREF, um leitor de pensamentos chamado Banachek, declarou: “Estamos lançando um desafio. Se um de vocês puder demonstrar suas habilidades ‘paranormais’ em pessoas escolhidas aleatoriamente – não celebridades – sob condições mutuamente aceitas, sem utilizar técnicas conhecidas de leitura fria (como pescar informações com perguntas vagas) e sem usar o Google – nós doaremos a vocês, ou à instituição de caridade de sua escolha, um milhão de dólares ”.
Os céticos da instituição explicaram como médiuns podem aparentar saber informações precisas sobre pessoas que nunca viram.
A chamada “leitura fria” é um conjunto de técnicas utilizadas para extrair informações pessoais, e geralmente se vale de perguntas vagas e pontuais. Depois de fazer as perguntas, repetem as respostas para convencer a pessoa de que têm acesso sobrenatural àquela informação.
Outra técnica de mentalização camada “leitura quente” recorre à obtenção de informações antecipadamente, seja na internet ou, em alguns casos, por meiod de um detetive.
James Randi expôs essas técnicas “paranormais” durante anos, inclusive durante uma investigação que conduziu em 1986 para desmascarar o curandeiro Peter Popoff, que apresentava um programa de TV e sabia detalhes da vida do público, inclusive doenças e endereços.
Randi demonstrou que Popoff estava, na verdade, obtendo essas informações aparentemente paranormais (ou reveladas por Deus) com sua esposa, que pesquisava a vida de algumas pessoas do auditório e as transmitia por um rádio de ondas curtas e um ponto eletrônico.
Os médiuns têm motivos para tomar precauções ao testar suas habilidades. Os registros de mediunidade são pouco convincentes. Ao contrário do que se pensa, não há um único caso documentado de pessoa desaparecida que tenha sido encontrada graças a informações de médiuns.
O fato de médiuns terem falhado na busca por pessoas desaparecidas não pode ser negado. Incontáveis casos de desaparecimentos, como os de Natalee Holloway, Laci Peterson, Madeleine McCann, Chandra Levy, Sandra Cantu, Caylee Anthony, Elizabeth Smart, Jaycee Dugard, etc, ainda não foram solucionados, foram desvendados acidentalmente ou no curso da investigação policial.
Em cada um desses casos, centenas de médiuns deram informações sobre a localização das pessoas, e todos eles erraram.
A estudante de enfermagem do Tennessee, Holly Bobo, por exemplo, desapareceu por mais de quatro meses, apesar dos palpites de centenas de médiuns do país. Um deles chegou até mesmo a prever que ela seria encontrada viva poucos dias após seu desaparecimento. Infelizmente, errou de novo.
No começo deste ano, uma médium afirmou à polícia do Texas que várias crianças teriam sido mortas em uma fazenda, enviando dezenas de policiais para o local. Ela também estava errada.
Claro que a incapacidade de encontrarem desaparecidos não significa que essas pessoas não possuam habilidades psíquicas. É importante manter a mente aberta, mas os poderes ditos paranormais precisam ser demonstrados de forma objetiva, científica, sob condições que evitem enganações.
O desafio de um milhão de dólares foi lançado há muitos anos. Alguns médiuns disseram que esse dinheiro não existe (como parte de um especial que foi ao ar na sexta passada, a ABC News conferiu a existência e a disponibilidade do dinheiro, que está sob a custódia de terceiros).
Outros sugeriram que os médiuns não devem usar seus poderes para ganho pessoal (não cobrando pelas aparições e workshops realizados), mas que o médium vencedor deveria doar seu milhão para a caridade.
Será que algum médium famoso aceitará o desafio de Randi?
A possibilidade de anunciar a comprovação de suas habilidades só os tornaria mais conhecidos (sem contar a satisfação que teriam ao comprovar publicamente que os céticos estavam errados).
Independentemente de as informações fornecidas serem exatas ou não, não há como os céticos denegrirem um poder paranormal genuíno. Se os médiuns têm os poderes que afirmam ter, não há nada a perder, apenas um milhão de dólares a ganhar.

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