Sociedade secreta: A mão Negra


A Mão Negra ou Unificação ou Morte, como também era conhecida, foi uma organização nacionalista sérvia que recorreu ao terrorismo como uma forma de atividade política, e tinha conexões com alguns elementos pan-eslavistas do Governo da Sérvia. Essa sociedade, ou grupo terrorista, teve grande participação noseventos que acabaram por deflagrar a Primeira Guerra Mundial.

História da Organização

A sociedade secreta fundada no Reino da Sérvia em em 10 de junho de 1910, por ex-membros de uma sociedade semi-secreta chamada Narodna Odbrana (Defesa do Povo), dedicada à realização do pan-eslavismo e do nacionalismo, por meio de assassinatos, com a intenção de unir todos os territórios com populações eslavas do Sul anexadas pela Áustria-Hungria. O objetivo declarado de reunificação, em um Estado único todos os membros do povo sérvio, significava um confronto com a Áustria-Hungria, que dominava a Bósnia e Herzegovina, território, que de acordo com a organização, deveria ser integrado ao novo Estado sérvio.

Selo da organização

A participação dos Mãos Negras no atentado de Sarajevo

A vitória da Alemanha (de Bismark) contra a França (de Napoleão III) na guerra franco-germânica, que marcou o capítulo final da unificação do império alemão, criou um clima de revanche que, somado a indústria bélica e ao imperialismo econômico, levaria ao início de uma das maiores guerras da história. Só faltava alguém para acender o estopim – Em regiões tão instáveis, isso não seria difícil de acontecer.

Com medo da revanche francesa, a Alemanha se aliou à Itália e ao Império Áustro-Húngaro, formando a Tríplice Aliança. Em 1907, era formada a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia).

O Império Áustro-Húngaro anexou duas regiões das Balcãs, Bósnia e Herzegovina. Como nessa região havia muitos sérvios, isso desagradou a Sérvia, e principalmente os membros da sociedade Mão Negra, outro estado das Balcãs que desejava a união da região(Iugoslávia), com o apoio Russo.

A Mão Negra foi o grupo responsável por planejar e organizar o assassinato do herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, o arquiduque Francisco Ferdinando da Áustria e sua esposa Sofia Chotek, em Sarajevo, o atentado e suas consequências foram um dos gatilhos da Primeira Guerra Mundial. No entanto, os autores do ataque eram membros da organização Jovem Bósnia, que tiveram apoio dos Mãos Negras.

O ataque começou a ser planejado pelo coronel Dragutin Dimitrijevic, da Sérvia. Acontece que os “Jovens Sérvios” também ficaram sabendo, eles também começaram a planejar um atentado. O coronel Dragutin usou os revolucionários Bósnios, para que estes matassem o arquiduque.

Três dias antes da chegada do príncipe, três integrantes do “Jovem Bósnia” atravessaram a fronteira da Sérvia, com a ajuda do Coronel, que era responsável pela segurança da Sérvia. Os três jovens estudantes chamavam-se: Gavrilov Princip, Nedjelko Cabrinovic e Trifko Grabez. Teria sido Gavrilov Princip o responsável pela morte do arquiduque.

Princip sendo capturado após o atentado

As normas rígidas e violentas dos Mãos Negras

A organização exigia obediência total aos seus membros e ordenava a execução daqueles que considerava seus inimigos. Um de seus principais membros foi Dragutin Dimitrijević "Apis", um dos principais conspiradores do Golpe de Maio de 1903. Foi herdeira deste conluio que acabou com a dinastia Obrenović ao assassinar o rei Alexandre I da Sérvia e a rainha Draga Mašin; e perpetuou o poder dos conspiradores na vida política do país, com consequências desastrosas. Aumentou o poder dos conspiradores na corte, no parlamento e nos vários governos no início do século XX.

Cruz cerimonial dos Mãos Negras
A organização foi extinta em 1917 pelo Governo da Sérvia após o julgamento de Salônica. Foi a primeira organização terrorista no mundo.

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