A Verdadeira História: Stull, O Portal Para O Inferno de 'Nothing Left To Fear'

stull_02.jpeg
Já imaginou se mudar para uma nova cidade, em busca de paz e tranquilidade e descobrir, assim… meio que por acaso, que a cidade na qual você decidiu morar, não é nada mais, nada menos do que um dos sete portões do inferno?
Há poucos dias foi lançado Nothing Left To Fear, um filme com Anne HecheClancy Brown e produzido pela produtora de filmes de horror Slasher Films, do ex-guitarrista do Guns n' Roses e atualmente do Velvet Revolver, Slash, que narra justamente a história de uma família que se muda para uma bela e simpática cidadezinha no Kansas em busca de uma vida melhor. O problema é que esta cidade éStull, uma cidade assombrada por uma lenda nada agradável.
Segundo consta, a lendária cidadezinha seria um dos tais sete portais para o Inferno e as histórias ao redor de Stull já vem sendo contadas há mais de 100 anos. Mas nenhuma delas causou tanto impacto quanto uma matéria publicada em novembro de1974, em um jornal da Universidade do Kansas, que falava sobre uma série de estranhos acontecimentos no cemitério de Stull. De acordo com o artigo, Stull era "assombrada por lendas diabólicas e acontecimentos sobrenaturais" e as lendas afirmavam que o cemitério era um dos dois lugares na Terra onde o Diabo aparecia pessoalmente duas vezes por ano. O artigo também dizia que muitas outras história sobre a mística do local já foram contadas e re-contadas por mais de um século e que muitos alunos ficavam sabendo da lenda através de seus pais e de pessoas mais velhas que confirmavam experiências e encontros com coisas que não podiam explicar.
A História De Stull
Originalmente chamada de Deer Creek, a área foi colonizada principalmente por pessoas de ascendência alemã, principalmente holandêses da Pensilvânia. Em 1857, seis famílias estavam vivendo na vizinhança. Descendentes dos fundadores originais ainda residem na comunidade. Em 1859, os colonos fundaram a Igreja Evangélica de Emmanuel e através de seus 1.867 membros tinham coletado fundos suficientes para construir uma igreja de pedra e um cemitério, em um terreno doado por Jacob Hildenbrand justamente para este fim. Até 1908, os sermões eram pregados em alemão.
Igreja de Cristo de Stull estabeleceu-se em 1907 e em 1913 a estrutura da igreja foi construída na cidade. A estação de correios foi criada em 27 abril de 1899e a cidade foi então batizada como Stull em homenagem ao primeiro e único mestre dos correios, Sylvester Stull. O serviço postal foi descontinuado em 1903. Entretanto existe uma segunda versão para o atual nome da cidade. Segundo ela, a cidade originalmente se chamaria Skull, mas o nome foi alterado para Stull como uma forma de acobertar sua ligação com o ocultismo.
Ao longo da história da Stull houveram alguns fatos estranhos que fazem jus a sua reputação de área amaldiçoada. Primeiro, no início de 1900, um rapaz foi acidentalmente queimado até a morte por seu próprio pai, enquanto este último ateava fogo em um campo. Alguns anos mais tarde, um homem na cidade foi encontrado pendurado em uma árvore depois de passar três dias desaparecido. Ambos os incidentes ocorreram perto de uma estrada conhecida como Estrada do Diabo, que aparece em mapas antigos de Stull, mas que hoje não existe mais .
Atualmente, com apenas um punhado de moradores e uns poucos prédios, Stullparece uma pequena cidade tranquila e solitária. Entretanto se você acreditar nas histórias a seu respeito, verá que ela não é nada tranquila.
A Lenda
Boa parte da lenda em torno da cidade de Stull, gira ao redor da igreja em ruínas dentro do pequeno e decrépito cemitério da cidade e de uma misteriosa escadaria supostamente escondida em algum lugar neste mesmo cemitério. Seus degraus levariam todos aqueles que se aventurassem a desce-los diretamente para o inferno. Há um consenso geral de que se alguém conseguir encontrar tal escadaria, nunca deverá descer por seus degraus, caso contrário será uma viagem sem volta.
Os rumores alegam que aquele que descer por esta escada, levará duas semanas para voltar até o nível do solo, mesmo que pareça que apenas alguns instantes tenham se passado. Depois de começar a descer as escadas, a pessoa sentirá como se estivesse sendo arrastada escada abaixo por uma força desconhecida e nunca mais retornará. Existem relatos por toda a internet de pessoas que supostamente tiveram coragem suficiente para descer e algumas delas atestam terem vivido momentos realmente bem estranhos. Uns contam que a escadaria parecia interminável e que após quase uma hora de descida, se viram obrigados a desistir e voltar por onde vieram. Outros já relatam que mesmo descendo por apenas um minuto ou dois, a subida de volta levou mais de 45 minutos.
stull_04.jpg
A escadaria (à esquerda) na realidade se localiza atrás da igreja, do lado direito de quem está de frente para a construção e a dificuldade de encontrá-la se deve ao mato que cresce no local e que tampa a sua entrada. Porém segundo a lenda, a escadaria seria coberta por um selo oculto que só se abre no Dia das Bruxas e no Equinócio da Primavera. Nestas datas o próprio Diabo faz uma aparição pessoal à meia-noite e pode ser visto caminhando pelas ruínas da antiga igreja, enquanto visita o túmulo de uma bruxa com quem tivera um filho, que teoricamente viveria nos bosques ao redor do cemitério na forma de um lobisomem. Existem menções na internet sobre uma suposta foto do cemitério que revela uma misteriosa figura lupina escondida nos arbustos, mas nada foi encontrado até o momento.
Mais rumores circularam de que bruxas e outros que tiveram mortes violentas ressurgem dos mortos para servir ao mestre das trevas.
A Igreja
Q5frDNU9jDcOYULDYESZkjtWkmCpaeh6mAw5kkY2raU=w640-h357-no
Entretanto, o verdadeiro ponto focal do mal que assola Stull é a igreja em ruínas que até há bem pouco tempo ainda estava de pé e, aparentemente, tinha alguns mitos bem particulares. Um deles conta que a igreja era frequentemente utilizada por bruxas e por praticantes do ocultismo para a execução de rituais e de sacrifícios. Mesmo sem um teto, a água parecia não cair dentro da igreja nos dias de chuva. Outro mito atesta que se uma pessoa segurasse duas garrafas de vidro formando uma cruz invertida e as batesse contra a parede da construção, as garrafas não se quebrariam, independentemente de quão forte fosse o impacto.
Aqueles que se atreveram acampar atrás da igreja por uma noite ou duas, relataram ouvir barulhos estranhos e terríveis! Outras disseram que foram subjugados por um vento forte durante a noite, que as segurava contra o chão, enquanto rosnados sinistros cortavam o ar ao seu redor. Quase todo mundo que foi ao local tem uma história pessoal com experiências estranhas em Stull. Bem, quase todos, se incluirmos os trinta e pouco moradores de Stull, que dizem nunca ter presenciado nenhuma anormalidade no lugar.
Os visitantes que foram até o cemitério à meia-noite, alegaram ser vítimas de vários fenômenos misteriosos - muitos deles relatam experiências com lapsos de tempo, nas quais, de acordo com seus relógios, teriam passado várias horas no cemitério sem se lembrar é quase nada!
Dentro deste cemitério também existia um pinheiro alto e imponente, que ficou ali até 1998, quando foi removido para desestimular a investida de aventureiros. Mesmo sendo totalmente saudável, a árvore foi cortada um dia antes do Halloween. O pinheiro cresceu diretamente através de uma lápide, dividindo-a ao meio. A crença local considerou que a árvore era utilizada para pendurar as bruxas antes das terras serem tombadas como patrimônio histórico. Tanto a igreja quanto a árvore foram considerados marcos do mal e seriam pontos de referência que ajudariam a encontrar a escadaria para o inferno localizada nas proximidades.
O Segundo Cemitério
stull_03.jpg
Outros relatos se concentram-se especificamente sobre uma outra velha árvore no cemitério. Entretanto esta árvore não está em nenhum lugar dentro do cemitério principal de Stull. Existe um segundo cemitério ainda mais antigo e desconhecido pela maioria das pessoas — exceto pelos moradores da cidade. Um cemitério chamadoMound Cemetery, a cerca de um quilômetro da estrada principal. No meio deste cemitério está a tal arvore. Um pinheiro muito antigo.
Segundo consta, um clã inteiro de bruxas foi enterrado ali e o pequeno cemitério é cheio de lápides que remontam a meados dos anos 1800. Curiosamente, algumas das lápides foram recentemente limpas e não há cruzes ou crucifixos gravados nelas. Outro fato curioso é que algumas das lápides, apresentam mortes ocorridas na década de 1920.
Acredita-se que em algumas noites, um grupo de bruxas se reune ao redor desta árvore para realizar vários rituais diabólicos. A história sustenta que esta árvore é a mesma a mesma na qual no início de 1900, o homem foi encontrado pendurado com o pescoço quebrado e que a mesma também foi usada nos primeiros dias da cidade para pendurar os suspeitos de bruxaria .
A Mística De Stull
Algumas histórias contribuem com a mística do local, como a que surgiu no início dos anos 90 na revista Time, envolvendo o Papa João Paulo II. Segundo a matéria, o Papa ordenou que a rota do avião em que voava fosse alterada para que ele não passasse sobre o "terreno profano”. Até mesmo músicos teriam evitado este lugar. A banda The Cure supostamente se recusou fazer uma apresentação no Kansas, pois o local do show era muito perto da tal porta do inferno.
Durante anos, as histórias de bruxaria, fantasmas e acontecimentos sobrenaturais cercaram o antigo cemitério e a igreja. Hoje, pessoas misteriosas protegem Stull de invasore. São inúmeras as histórias de pessoas curiosas, aterrorizadas e perseguidas por picapes negras até os limites da cidade. Algumas histórias contam que estas picapes chegam a perseguir os invasores por mais de vinte milhas! Isso levantou ainda mais especulações sobre o que realmente estaria acontecendo em Stull.
De acordo com um dos moradores da cidade, a lenda como é conhecida hoje teria surgido em 1950, quando um professor da Universidade do Kansas inventou a história sobre portão para o inferno como uma lenda urbana. Ela foi tomando proporções cada vez maiores conforme ele a repetia a cada ano para seus alunos. Continuou assim até que alguém escreveu a tal história no jornal da Universidade e foi aí que a coisa explodiu de vez. Logo se tornou uma atração local ir até Stull na noite de Halloween para ver quem teria coragem suficiente para esperar por Satanás.
Os registros revelam que em 1978, cerca de 150 universitários estiveram no local na noite de Halloween. Em 1988 o número subiu para 500. O departamento do xerife os rechaçou no ano seguinte, mas o estrago já estava feito. Vandalismo e roubo causaram sérios danos ao cemitério.
Em 29 de Março de 2002, a igreja foi finalmente jogada ao chão sem o consentimento dos donos atuais da propriedade. Até hoje ninguém sabe quem fez isso ou o porquê. Porém, com uma pesquisa rápida na internet, é possível encontrar alguns vídeos de moradores da cidade pedindo, pelo amor de Deus, que as pessoas parem de ir até a cidade, pois tudo não passa de um grande boato. Será?!

Comentários

Postagens mais visitadas