O maior evento do fim do mundo: morte por CO2


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Crédito: Courtesy Charles Henderson.
A maior extinção em massa da Terra transformou o planeta em um inferno.
Pela primeira vez, paleontólogos determinaram exatamente quando e a que velocidade surgiu o avô de todas as extinções em massa, e suas descobertas apontam um culpado: uma gigantesca e duradoura injeção de dióxido de carbono da atmosfera. Parece familiar?
É claro que o dióxido de carbono ancestral não era gerado por carros e fábricas, mas por enormes erupções vulcânicasincêndios florestais e até mesmo pela combustão de veios de carvão incendiados pela lava fervente.
Durante o fenômeno, o aumento dos gases do efeito-estufa elevou as temperaturas globais, acidificou os oceanos e os privou de oxigênio, entre outras consequências nefastas. Obviamente, a vida sofreu um grande revés. A estimativa mais aceita até o momento sugere que 90% de todas as espécies marinhas pereceram.
O novo estudo, publicado esta semana na Science, analisa esta estatística sob uma perspectiva nova e rigorosa: no auge da crise, por volta de 252,28 milhões de anos atrás, e ao longo de pelo menos 20 mil anos, o planeta perdia 3% de suas espécies a cada milênio.
“Se continuássemos a perdê-las naquele ritmo por mais 20 mil anos, não estaríamos aqui para falar sobre isso”,  declarou o paleontólogo Charles Henderson, da Universidade de Calgary em Alberta, Canadá, ao Discovery Notícias.
Henderson integra uma equipe internacional de cientistas, liderada por Shu-zhong Shen, do Instituto Nanjing de Geologia e Paleontologia da China, que analisou a grande crise biológica conhecida como extinçãopermiana. Ela ocorreu milhões de anos antes das colisões cósmicas que prepararam o terreno para os dinossauros.
Durante anos, o cálculo padrão da extinção permiana inferia que 90% da vida na Terra havia desaparecido, mas este número era apenas uma extrapolação estatística. Nenhum estudo havia considerado mais do que um punhado de amostras simultaneamente, explica Henderson.
O novo estudo levou em consideração as mudanças e o desaparecimento de um total de 1.485 espécies, incluindo criaturas semelhantes a enguias chamadas conodontes e vários animais terrestres. A equipe também se valeu do grande avanço das técnicas de datação para determinar as idades absolutas dos fósseis.
Uma importante conclusão do estudo – que despertava polêmica até recentemente – é que as extinções terrestres e marinhas ocorreram ao mesmo tempo.
Curiosamente, esta nova análise da extinção permiana não corrobora a tese dos 90 por cento. “Se observarmos a curva de riqueza de espécies, a extinção foi de apenas 60%”, explica Henderson.
Mas não é preciso reescrever as manchetes. A extinção permiana ainda é a pior que o planeta já sofreu – até agora.

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