Traços de iodo radioativo do Japão são detectados na Rússia

Traços de iodo radioativo do Japão são detectados na Rússia


29 de março - Visão aérea mostra os reatores 1, 2 e 3 da usina nuclear de Fukushima Daiichi. Foto: Reuters
Visão aérea mostra os reatores 1, 2 e 3 da usina nuclear de Fukushima Daiichi
Foto: Reuters

Traços do iodo radioativo que vazou da usina nuclear do Japão danificada por um terremoto foram detectados no extremo oriente da Rússia, mas não apresentavam riscos à saúde, disseram autoridades nesta terça-feira.
Exames do ar na região de Primorye, na Rússia, entre sábado e terça-feira encontraram traços de iodo-131, segundo o diretor do serviço meteorológico da região, Boris Bulai.
"A concentração é mais de 100 vezes menor que o nível aceitável, e portanto não apresenta nenhuma ameaça à saúde das pessoas", afirmou ele ao site da instituição.
Índices de radiação de entre 7 e 16 microroentgens por hora foram detectados em Primorye durante o período, medidas dentro do normal, disse o serviço. Autoridades russas dizem que até 30 microroentgens por hora é considerado seguro.
A capital de Primorye, Vladivostok, é uma cidade de 600 mil habitantes, localizada do outro lado do Mar do Japão, aproximadamente 800 km a noroeste da usina nuclear Fukushima Daiichi.
Depois do terremoto e do tsunami de 11 de março, moradores preocupados no extremo oriente da Rússia buscaram pílulas de iodo para proteger suas glândulas da tireóide, e criaram uma série de fóruns na Internet para monitorar a radiação.
Mas a porta-voz do serviço meteorológico Varvara Koridze disse que o movimento dos ventos desde o desastre indicavam que o iodo-131 detectado na região foi levado pelo vento no sentido leste a partir da usina, e deu a volta no mundo.
"Os ventos sopraram oeste-a-leste e as massas de ar se deslocaram pelos Estados Unidos e Europa", disse ela à Reuters.
Quantidades detectáveis de iodo-131, abaixo dos níveis de preocupação para a saúde humana, foram encontradas em áreas como Islândia, Canadá e alguns estados norte-americanos desde o terremoto de magnitude 9,0 e o tsunami que danificaram gravemente a usina no Japão.
Terremoto e tsunami devastam Japão
Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.
Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram quase 9 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país

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